Dependência química é um distúrbio crônico e recorrente. Caracteriza-se por um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem depois de repetido consumo de uma substância psicoativa, associado ao desejo incontrolável de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo e à manutenção do uso apesar das consequências.
Geralmente, o uso de drogas está em prioridade a outras atividades e obrigações. É também comum a pessoa desenvolver uma tolerância, aumentando o consumo para obter os mesmos resultados e, na ausência dela, apresentar sintomas de abstinência.
Responda às perguntas abaixo. Apenas um sim pode indicar problema! Discuta estas questões com um profissional da saúde.
1. Você usa drogas sozinho?
2. Alguma vez roubou drogas, dinheiro ou objetos para conseguir drogas?
3. Você usa drogas regularmente quando acorda ou quando vai dormir?
4. Você evita pessoas ou lugares que não aprovam o seu uso de drogas?
5. Você alguma vez usou uma droga sem saber o que era ou o que faria com você?
6. Seu desempenho na escola ou no trabalho diminuiu?
7. Você coloca a compra de droga à frente de seus compromissos financeiros?
8. Você já tentou controlar ou parar com o uso de drogas alguma vez?
9. Você já foi preso, hospitalizado ou a centro de recuperação por causa de drogas?
10. O uso interfere seu sono ou sua alimentação?
11. A ideia de ficar sem drogas o deixa aterrorizado?
12. Alguma vez já duvidou de sua sanidade?
13. O seu uso de drogas cria problemas em casa?
14. Alguma vez percebeu dificuldade de se adaptar a um ambiente ou não se divertir por não ter usado drogas?
15. Já se sentiu defensivo, culpado ou envergonhado sobre o seu uso?
16. Você pensa muito na droga?
17. O seu uso tem afetado seu relacionamento sexual?
18. Alguma vez usou drogas devido a mal-estar emocional ou estresse?
19. Você continua usando apesar das consequências negativas?
20. Você pensa que pode ter um problema com drogas?
“O tratamento não depende só de quem depende”
É muito comum ouvirmos familiares relatando aos profissionais:
“Ele não quer vir ao tratamento!”
“Como convenço que é importante?”
“Se ele aceitasse seria bem mais fácil!”
“De quem é a culpa?”
Calma! A culpa não é de ninguém, mas a recuperação depende de todo mundo!
Diversos fatores são responsáveis pela dependência desenvolvida pelo paciente e uma delas é a estrutura familiar que, de alguma forma, contribui com a manutenção do uso.
Vamos refletir sobre um exemplo simples do dia a dia:
Quando temos em casa uma plantinha morrendo, imediatamente procuramos regá-la e se não funcionar, a colocamos na varanda, jardim ou janela, para que possa recuperar a vida.
Quando essa planta recupera a vida, trazemos novamente para dentro de casa, mas precisamos mudá-la de lugar, afinal se ela estava morrendo ali, é porque algo estava errado com a posição escolhida, provavelmente tinha excesso ou falta de luz.
O que acontece com o paciente é exatamente a mesma coisa, se o afastamos de casa para tratamento, quando ele retornar, precisará ocupar uma nova posição na família e para que isto aconteça, é preciso mudar os outros membros de lugar. Como fazer? Através de orientação e tratamento familiar.
Programa de Prevenção de Recaída
É um programa de autocontrole e manutenção, com o objetivo de identificar as situações de maior risco para o sujeito e a aquisição de habilidades para lidar com essas situações, além da modificação do estilo de vida.
Neste programa, o sujeito é um agente ativo em seu processo de recuperação e a motivação para a mudança, o primeiro passo.
Programa de Redução de Danos
O trabalho de redução de danos é feito respeitando a liberdade de escolha do paciente.
Uma vez que a escolha é usar a droga, o trabalho é feito no sentido de diminuir os danos do uso e ampliar sua qualidade de vida.